Luteria de Rio das Ostras produz troféus do Festival de Música

Miniaturas de craviolas vão premiar os vencedores

Responsável pela fabricação artesanal de instrumentos de corda, a Oficina Escola de Luteria da Fundação Rio das Ostras de Cultura está desenvolvendo um trabalho especial. Os troféus para premiação dos vencedores do Festival de Música da cidade, com final marcada para o dia 30 de junho, estão sendo produzidos pelos monitores-aprendizes  da luteria, sob a supervisão do instrutor Já Silva.

Miniaturas de craviolas, instrumento de 8 cordas que produz um som misto de cravo e viola, foram fabricadas como troféu. “Acho que a craviola tem um uma forma diferente, agradável”, afirma Já Silva.

As craviolas-troféus são em tamanhos distintos para premiar os três primeiros colocados de cada uma das quatro categorias do festival. Segundo Já Silva, confeccionar instrumentos em pequenas dimensões com todos os detalhes foi um desafio interessante.

– Precisamos nos adaptar. O trabalho ficou mais fácil, porém, depois que fizemos o primeiro troféu – explica.

Fábrica de instrumentos – Em funcionamento desde outubro de 2002, a Oficina Escola de Luteria tem o objetivo de formar novos profissionais, além de fabricar e restaurar instrumentos de corda. Atualmente, além do mestre Já Silva, trabalham no local o artesão Terence Antônio da Silva e os monitores-aprendizes Alexandre da Silva Marinho e Eutiquio Fernandes da Fonseca.

Apaixonado por instrumentos desde a infância, José Antônio da Silva passou a se chamar Já Silva quando começou a atuar como luthier, há 20 anos. Ainda menino, na cidade de São Miguel de Itaipu, na Paraíba, ele ajudava o avô a reparar rabecas, espécie de violino muito popular no Nordeste.

– Sempre tive loucura por instrumentos de corda. Eu não gostava apenas de tocar, queria desmontar, consertar, ver como era por dentro – conta Já Silva, que anima missas com o seu violão.

Quando foi morar em Búzios, para trabalhar como caseiro, Já Silva encontrou o tempo que precisava para começar a fabricar instrumentos. Em dois anos a sua produção como autodidata já era tanta que fez uma exposição dos seus instrumentos no Convento Nossa Senhora dos Anjos, em Cabo Frio.

Em 2002, Já Silva foi selecionado para atuar como monitor na Oficina Escola de Luteria de Rio das Ostras, que está se iniciando. Foi ali que ganhou a oportunidade de passar de autodidata a técnico.

–Tive ótimos professores, os luthiers Ricardo Dias e Mailton Gonçalves – afirma Já Silva, que há três anos é o instrutor responsável pela luteria, formando novos monitores.

Ofício exige talento – Para explicar como o trabalho do luthier é indispensável, Já Silva lembra que “a boa música precisa do  músico talentoso que, por sua vez, tem necessidade de um instrumento de qualidade”.

Fabricados com madeira maciça, os violões, cavaquinhos, violinos  e violoncelos feitos pelo luthier saem afinados e prontos para produzir um ótimo som.

– A durabilidade e a qualidade musical dos instrumentos artesanais são muito melhores –  garante o monitor Alexandre, que é percussionista.

Não é indispensável que o luthier seja músico, embora precise “arranhar” alguns acordes e ter um bom ouvido para garantir a afinação. Por coincidência, no entanto, na luteria de Rio das Ostras todos tocam algum instrumento.

– Formamos um grupo eclético musicalmente. Terence, que é meu filho, gosta de tocar pagode no cavaquinho, o Alexandre curte os ritmos folclóricos, Eutiquio é flautista da Orquestra Kuarup Cordas & Sopros e eu me identifico com as composições sacras – conta Já Silva, “regente” desse grupo afinado com  a boa música.

Festival reúne 150 composições – As músicas selecionadas para o Festival Rio das Ostras de Música, uma realização da Prefeitura e Fundação de Cultura da cidade, estão sendo apresentadas aos sábados, às 20h, e domingo, às 17h, no Teatro Popular. Foram 150 músicas classificadas em quatro categorias (estudantil, instrumental, infantil e MPB). As apresentações tem entrada franca, mas as senhas devem ser retiradas com antecedência, a partir das 14h, no teatro. O endereço é Avenida Amazonas, s/nº, no Centro.

FONTE: SECOM – PMRO. 

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Ronet

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