Capoeira promove disciplina a vítimas de violência em Rio das Ostras

Projeto esportivo voluntário contribui para gerar boas perspectivas em crianças e adolescentes abrigados como medida de proteção

Capoeira. Pela primeira vez um projeto esportivo está acontecendo dentro do Abrigo Municipal, onde crianças e adolescentes, em situação de risco pessoal ou social, são acolhidas. Isso foi possível, sobretudo, pelo trabalho voluntário de um guarda municipal que, incentivado pelos gestores da Secretaria de Ordem Pública e Controle Urbano, há cerca de cinco meses começou a dar plantão no local e oferecer, ao mesmo tempo, aulas de capoeira para os abrigados. Os resultados estão explícitos no comportamento das crianças.
Duas vezes por semana, o guarda Luis Carlos Clemente, conhecido na capoeira como “mestre Pitu”, ensina a ginga, os movimentos, as músicas e o toque do berimbau a crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. “Mal acaba a aula e elas já começam a perguntar qual será o dia da próxima, pois gostam muito”, conta.
Clemente, o “mestre Pitu”, observa que desde o princípio das aulas até agora, é notória a mudança de comportamento dos abrigados. “Antes eles ficavam agitados e dispersos. Em pouco tempo, percebi que, desde o mais novo ao mais velho, prevaleceu a disciplina para aprender os movimentos e para cada vez mais se destacar na capoeira. Isso significa que eles planejam perspectivas”, relata.
O estudante do 3º ano, E. S., de 11 anos com o irmão M. S., de 14, praticam as aulas desde o início. Ambos interagem na roda e se destacam. Nos dias que não tem atividade, o menor fica “zangado”, como ele mesmo diz. Já o irmão mais velho, conta entusiasmado que já aprendeu a tocar duas notas do berimbau, enaltecendo que a roda é o momento mais esperado durante os treinos.
Psicóloga do Abrigo Municipal, Juliana Fonseca avalia que, por meio da capoeira, as crianças e adolescentes ficaram menos agitados e estão criando uma disciplina que será aplicada em outros momentos de suas vidas. “Eles aprendem a ter noção de horário, a ter postura para fazer determinado exercício e a se habituar a regras”, complementa.
Tiago Teixeira, diretor do Abrigo, tem uma avaliação bastante similar. Para ele, o fato de a modalidade estar sendo promovida dentro do espaço onde passam parte do dia é um incentivo a mais para que pratiquem esporte diariamente, embora já frequentem outras atividades esportivas no município, fora do local.
O ABRIGO – O Abrigo Municipal é um espaço mantido pela Secretaria de Bem-Estar Social da Prefeitura de Rio das Ostras, onde é possível, em última instância, acolher até 16 crianças e adolescentes, vítimas de violência, abandono e ou negligência,encaminhadas pelo Poder Judiciário e Conselho Tutelar.
O acolhimento é feito para que os órgãos de assistência, incluindo a Secretaria de Bem-Estar, possam acompanhar sistematicamente os responsáveis e contribuir para que a criança e adolescente sejam reintegrados à família.
Além dos pais, também as crianças e adolescentes recebem orientações socioeducativas, tratamento de saúde e ainda são acompanhadas por uma equipe formada por psicólogo, nutricionista, assistente social, psicopedagogo, além de monitores.
A cada seis meses, o juiz de Direito realiza audiência dentro do próprio Abrigo para decidir, com base em relatórios elaborados pela equipe multidisciplinar, se a família tem condição de voltar a receber a criança ou adolescente. Caso contrário, são encaminhados para adoção.

FONTE:
Secretaria de Comunicação Social
Departamento de Jornalismo

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Ronet

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