Copa Brasil de Paraciclismo traz quase 80 superatletas a Rio das Ostras

Confederação Paralímpica elogia apoio do Município a atividades esportivas e de inclusão social

A população de Rio das Ostras já se acostumou a acordar cedo para acompanhar as competições de ciclismo. Mas desta vez havia um motivo a mais: a cidade sediou, no fim de semana, a etapa final da Copa Brasil de Paraciclismo. A disputa reuniu 78 superatletas, pessoas que superaram limitações físicas e histórias de dificuldades para se tornar campeões no esporte. Em diferentes categorias, os ciclistas disputaram os circuitos de Estrada (Resistência) e Contra-relógio.
A competição conta pontos para o campeonato mundial, nos Estados Unidos, e ainda serve como uma preparação das equipes e atletas para as Paralimpíadas.
O circuito foi montando na Rodovia Amaral Peixoto, no trecho entre a entrada de Costazul e o acesso à Lagoa de Iriry. No sábado, 23, aconteceu a disputada da modalidade Estrada, que testa a resistência dos atletas. Nas categorias que reúnem atletas com menor nível de limitação, os competidores chegaram a percorrer 59 quilômetros, em 27 voltas. O prefeito Sabino e o subsecretário de Esportes, Raphael Thuin, deram a bandeirada de chegada aos campeões dessa prova. No domingo, 24, foi a vez da competição Contra-relógio, que consagrou os mais velozes.
“Nossa cidade está aberta a receber e apoiar eventos esportivos, incentivando a prática do esporte e a integração. A Copa Brasil de Paraciclismo é ainda mais especial porque mostra o esforço desses homens e mulheres que são mais que atletas – são superatletas, exemplos de vida”, completou o prefeito.
O Diretor Técnico do Comitê Paralímpico, Edilson Rocha, o famoso Tubiba, elogiou o apoio da Prefeitura ao esporte e, em especial, ao paraesporte. “Rio das Ostras tem um grande projeto esportivo e uma gestão municipal que deseja que a população se envolva, de verdade. A cidade tem um projeto de paraesporte e inclusão social certamente vamos voltar a promover eventos em Rio das Ostras por esse diferencial”, explicou o diretor.
CATEGORIAS – Alberto Martins é do Comitê Paralímpico e responsável pela classificação dos atletas em suas categorias. Ele explica que o paraatleta é direcionado a determinada categoria, de acordo com seu potencial funcional e o impacto da limitação em sua performance.
Ciclistas com tetraplegia e paraplegia competem com as handbikes (bicicletas movidas pelos movimentos das mãos) nas categorias H1, H2, H3 e H4. Os triciclos (T1 e T2) são destinados aos que têm dificuldade de equilíbrio. Pessoas amputadas, de membros superiores ou inferiores, com ou sem prótese, utilizam as bikes (categorias C1, C2, C3, C4 e C5). Quanto maior o número da categoria, maior é o potencial funcional e menor a limitação do atleta. Os deficientes visuais utilizam as bicicletas Tandem, de dois lugares, e contam com atletas guias.
SUPERAÇÃO – Os paraciclistas têm histórias emocionantes, de amor à vida e ao esporte. Marleide da Silva, ao lado da sua companheira de bike, Ana Paula Elias, foi a campeã da Tandem Feminina tanto na Estrada, quanto na Contra-relógio. Marleide perdeu a visão por conta de uma doença degenerativa. Ela descobriu o mal quando estava grávida e só pensava no quanto gostaria de ver o filho antes de ficar totalmente cega, o que aconteceu quando o menino tinha 8 anos. Marleide encontrou no esporte uma nova forma de ver o mundo. Hoje ela é pentacampeã brasileira e tem títulos internacionais.
Outro supercampeão é Soelito Gohr, de Santa Catarina, vencedor da categoria C5 na Copa Brasil. Soelito já era atleta dos pedais quando, em treinamento nas ruas, foi atropelado. O acidente trouxe limitações físicas, mas a paixão pelo ciclismo não foi abalada. Tanto que hoje ele ostenta dois títulos mundiais de paraciclismo, um 4º lugar nas Paralimpíadas de Pequim e a 5a colocação, em Londes. “A gente fica muito satisfeito de ver que a cada competição são revelados novos talentos brasileiros do paraciclismo. A Copa Brasil serve para selecionar os atletas com potencial para as Paralimpíadas do Brasil”, disse Soelito.
A edição da Copa este ano fez uma homenagem ao atleta da Seleção Brasileira que representou o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, João Schwindt, falecido em dezembro de 2012.
A Copa Brasil de Paraciclismo é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro, em parceria com a Confederação Brasileira de Ciclismo, com apoio da Prefeitura de Rio das Ostras e da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro – Fecierj, além de contar com o financiamento do Ministério dos Esportes.

FONTE:
Secretaria de Comunicação Social
Departamento de Jornalismo

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Ronet

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