Rio das Ostras humaniza atendimento e reduz partos cesárea

Secretaria de Saúde estabelece meta para que 70% dos partos realizados no Hospital Municipal sejam naturais

O coordenador da Maternidade do Hospital, Wagner Bessadas, explica que o principal meio para se alcançar a meta de redução dos partos cesárea acontece durante o pré-natal, por ações de atenção básica em saúde. “As orientações ao longo do pré-natal são fundamentais para a escolha pelo tipo de parto. É importante que toda mulher procure as unidades básicas de saúde, que dispõem de equipes multidisciplinares extremamente capacitadas para dispensar toda a atenção que uma gestante necessita”.

Sobre as vantagens do parto natural, o coordenador, que é ginecologista e obstetra, explica que leva a uma recuperação mais rápida da mulher, diminui o risco de complicações e a perda de sangue é menor, entre outros fatores. O médico destaca ainda que no caso do parto normal há uma maior integração entre a mãe e o bebê, já que a amamentação pode ser imediata.

Em relação ao parto cesárea, além da recuperação ser mais demorada, a cirurgia é mais dispendiosa para o município porque, para ser realizada, é necessária a participação de um número maior de profissionais, materiais e medicamentos.

“Uma mulher que passa por uma cirurgia cesariana fica de 48h a 72h em observação na unidade de saúde. Já a que tem parto vaginal fica cerca de 48h”, informou Bessadas.

Bruna Dias teve dois filhos de parto normal. Ela ficou por quatro horas em trabalho de parto, mas acredita que o tempo valeu a pena. “Acho mais saudável e a recuperação é mais rápida. Assim que minha filha nasceu eu a amamentei e duas horas depois já estava passeando com ela dentro do Hospital”, declarou.

As cesáreas geralmente são indicadas pelos médicos quando a paciente é hipertensa ou diabética, e quando já passou por cirurgias cesarianas consecutivas. Outra indicação é feita eletivamente por meio do Programa de Planejamento Familiar, por conta de cirurgia de laqueadura.

O médico Wagner Bessadas alerta às gestantes interessadas em fazer a cirurgia de esterilização, mas que só tenham tido partos normais, que a prioridade é que ela tenha o bebê de parto normal e, em outra ocasião, faça a laqueadura.

Por uma questão de necessidade, Marília Gomes, que já teve dois filhos através de parto normal, deu à luz o filho Mateus, de parto cesárea. A sua experiência a faz afirmar que a dor do parto normal “passa rápido”. O mesmo, segundo ela, já não se pode dizer da cesariana.  “Eu que conheço os dois tipos de dor, indico a todas as mulheres o parto normal”, declara complementando que depois do parto natural é possível “ficar pra cima e pra baixo, de um lado pro outro”.

Acompanhante no trabalho de parto – Para dinamizar ainda mais os serviços e oferecer um melhor atendimento à população de Rio das Ostras, a Secretaria de Saúde criou, este ano, as coordenações setoriais do Hospital Municipal. Com isto foi possível fortalecer ainda mais a humanização no trato com o paciente.

Com a criação das coordenações, a direção do Hospital Municipal também viabilizou o acompanhamento das gestantes durante o trabalho de parto. Desde fevereiro, as grávidas podem optar por uma pessoa do sexo feminino para acompanhá-las na hora de ter o bebê. O coordenador da Maternidade explica que a restrição sobre a acompanhante ser mulher é para garantir a privacidade das demais gestantes, já que a recuperação do pós-parto é em quarto coletivo. Bessadas avalia ainda que a presença de uma acompanhante encoraja a mulher a optar pelo parto vaginal.

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