Conferência de Saúde de Rio das Ostras reúne centenas de pessoas e elege prioridades

Comunidade, sociedade civil organizada e poder público se uniram para eleger propostas para os próximos anos

Centenas de pessoas de reuniram, durante a 11ª Conferência Municipal de Saúde de Rio das Ostras, para debater e propor ações e políticas de Saúde Pública para os próximos anos.

Comunidade, órgãos de classe, entidades representativas e poder público se dividiram em grupos de trabalho para discutir os eixos temáticos da Conferência e apontar os caminhos para a melhoria dos serviços públicos de Saúde. Na abertura, o prefeito Sabino e a secretária de Saúde, Ana Cristina Guerrieri, falaram dos desafios da gestão de saúde e da importância do evento.

O evento definiu, entre as prioridades, o fortalecimento da Atenção Básica, a partir da expansão da Estratégia de Saúde da Família, e o reforço da gestão participativa, com o fortalecimento do Conselho Municipal e conselhos gestores.

TEMAS – O tema central da Conferência deste ano foi “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas. Direito do povo brasileiro”. Os grupos se dividiram para debater os eixos temáticos propostos pela Conferência Nacional de Saúde, que acontece em dezembro deste ano. As discussões se pautaram nos eixos: Direito à Saúde; Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade; Participação Social; Valorização do Trabalho e da Educação em Saúde; Gestão do SUS e Modelos de Atenção à Saúde; Informação, Educação e Política de Comunicação do SUS. O assunto Reformas Democráticas e Populares do Estado foi debatido por todos os grupos, como um eixo transversal.

O prefeito Sabino lembrou alguns avanços que a Rede Municipal de Saúde já obteve, como a instalação de novas unidades básicas, a nova sede da Farmácia e Ouvidoria de Saúde e novas instalações do Centro de Atenção Psicossocial – Caps. Porém, ele reconheceu as dificuldades, diante dos números crescentes de atendimentos nos serviços públicos de saúde. Para o prefeito, a união entre os Municípios é necessária para melhorias.

“Assumi a presidência do Consórcio de Saúde da Baixada Litorânea porque entendo que é necessária e urgente a articulação entre os municípios para solução de problemas. É impossível que um único município promova, com qualidade, todos os serviços e especialidades de forma a atender a toda a demanda existente”, disse Sabino.

NÚMEROS – A Secretária Ana Guerrieri apresentou os avanços e números da Saúde, que crescem a cada ano. As unidades básicas registraram 356.025 atendimentos em 2013, montante que saltou para 388.940 no ano seguinte. No Pronto-Socorro, os registros de atendimentos subiram de 276.934, em 2013, para 290.783 no ano passado. Ana Guerrieri destacou a importância dos servidores da saúde e o compromisso com o aprimoramento dos serviços e valorizou a conferência como espaço de participação popular.

“Quero agradecer a toda a equipe da Secretaria de Saúde pelo trabalho que vem sendo desenvolvido e aos conselheiros municipais de Saúde. É aqui, na Conferência, que podemos entender melhor onde estamos e para aonde queremos ir”, completou.

Maria Juraci Dutra, especialista em Sistema Único de Saúde – SUS, falou sobre o tema central da Conferência e reiterou a importância de valorização do SUS, segundo ela, “modelo de provimento de cuidados de saúde reconhecido no mundo”, e da Saúde Pública de qualidade.

PROPOSTAS – Pela primeira vez, toda a plenária teve direito a voz e voto. Cada grupo elegeu sugestões de ações e políticas, por eixo temático. Entre elas estão a expansão da estratégia de Saúde da Família – ESF, fortalecimento do Conselho Municipal e conselhos gestores dos postos de saúde, capacitação continuada dos servidores da Saúde e qualificação dos serviços, garantia da destinação de verba para Educação em Saúde, estabelecimento de uma Rede de Comunicação em Saúde, para promover a circulação de dados e informações entre diferentes setores e entidades relacionadas, além de outras propostas.

A plenária também decidiu pela ampliação do intervalo entre as conferências de saúde em Rio das Ostras de dois para quatro anos, orientando-se pelo cronograma da Conferencia Nacional de Saúde.