Produtor de Rio das Ostras aposta na produção hidropônica
Técnica utilizada para produzir alfaces, tomates e pimentões tem conquistado cada vez mais consumidores e auxiliado na diversificação agrícola do Município
A hidroponia, que ainda é pouco difundida na região, começa a ganhar espaço em Cantagalo, Zona Rural de Rio das Ostras.
Esta técnica produz vegetais sem contato direto com o solo e traz excelentes resultados para os produtores do Município, incluindo a economia de água.
Alexandre Valadares Ramos é um dos produtores que vem apostando, nos últimos meses, nos benefícios da hidroponia. Ele investiu suas economias em uma área de aproximadamente um hectare e começou a produzir alfaces há pouco mais de um ano. São aproximadamente 50 mil pés na propriedade, que fica na Estrada Califórnia.
Com a demanda crescente, o produtor já desenvolve outras culturas, com destaque para pimentões e tomates. Para ele, a técnica só apresenta vantagens, uma vez que antecipa a produção, chegando a colher na metade do tempo previsto. “Outro benefício é a economia de água. No processo hidropônico gasto uma média de 2 a 4 mil litros por dia para manter a lavoura. Se a mesma área plantada não fosse hidropônica, esse gasto chegaria facilmente a 40 mil litros”, enfatizou Alexandre.
Para o diretor do Deap – Departamento de Agricultura e Pecuária de Rio das Ostras, Anselmo Nazário, essa economia de água se reflete positivamente também na questão ambiental. “O preço final para o consumidor é um pouco mais caro ainda, porém, compensa no resultado final, principalmente na durabilidade do tomate, que tem massa mais consistente e fica bom para o consumo por mais tempo depois de colhido”, destacou.
Os pés de alface e os tomates são comercializados na região e tem grande saída. Para se ter uma ideia, por semana o produtor chega a retirar 70 quilos de tomates das espécie cerejinha por semana. Toda produção é vendida para os restaurantes de Cantagalo, em Rio das Ostras, e de Macaé. Alexandre explica que a hidroponia pode ser aplicada em pequenas áreas, e quem aposta nessa técnica consegue alta produtividade.
“No início tive um investimento alto para preparar a área onde foi montado o viveiro de mudas, com compra de materiais e insumos. Mas, agora, é fazer a manutenção e trabalhar”, destacou o produtor que pretende trabalhar com outras espécies de tomates, sendo “Dominador” e “Picos”. Ele também deve apostar na produção de berinjelas e pepinos, uma vez que já tem mercado certo para escoar a produção.
HIDROPONIA – Essa técnica de cultivo pode ser considerada uma ciência e também uma arte, onde a produção é realizada sem solo. Os elementos minerais essenciais para o crescimento e o desenvolvimento das plantas são fornecidos por meio de uma solução nutritiva, que fornece na medida exata e de forma constante todos os nutrientes que os vegetais necessitam.
No Brasil, a hidroponia entrou em expansão no início da década de 90, em São Paulo. Hoje é bastante difundida principalmente próximo a grandes centros urbanos. Além da finalidade comercial, o cultivo hidropônico tem sido utilizado como lazer e também com objetivos terapêuticos por algumas instituições.
FONTE:
Departamento de Jornalismo