Banco de Alimentos de São Pedro da Aldeia é pioneiro no interior do Rio, no combate à fome
Em quatro meses após o lançamento, mais de nove toneladas de frutas e legumes foram entregues a instituições filantrópicas
Dados da Organização das Nações Unidas revelam uma estatística alarmante para o Brasil em relação ao desperdício de alimentos. Enquanto mais de 30 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da miséria, cerca de 27 milhões de toneladas de comida são desperdiçadas todos os anos.
O banco está integrado a uma ação socioambiental desse Centro de Abastecimento de São Pedro da Aldeia – CEASP. Em pouco mais de quatro meses desde a inauguração, já foram entregues mais de nove toneladas de alimentos. Frutas e legumes que estão excessivamente maduros ou que apresentam pequenos defeitos estéticos, como manchas ou pintas, podem perder seu valor comercial, mas não perdem seu valor nutricional e continuam próprios para o consumo. “A ideia nasceu para que os comerciantes do CEASP, em parceria com o direção do empreendimento, pudessem ajudar a reduzir a fome e o desperdício, através da redução do descarte inadequado de produtos orgânicos”, explica Márcio Piratello, Agrônomo responsável técnico do Centro de Abastecimento de São Pedro.
Devido aos números impressionantes alcançados por meio da triagem realizada voluntariamente por representantes das entidades beneficiadas, o primeiro banco de alimentos do interior do estado do Rio de Janeiro funciona três vezes por semana.
Inicialmente, todas as doações são destinadas a instituições beneficentes de São Pedro da Aldeia, município onde o CEASP está localizado. Não há distribuição individual direta. Com o apoio da Prefeitura de São Pedro da Aldeia, os alimentos, após a triagem, são transportados para as sedes das instituições, que então os distribuem para famílias cadastradas.
Um dos sócios-empreendedores do CEASP, Gustavo Scarambone, explica que o empreendimento opera de acordo com os princípios de combate à fome e ao desperdício estabelecidos pela ONU, e que eles optaram por deixar a distribuição a cargo das entidades que mantém o cadastro e conhecem as famílias em situação de insegurança alimentar. “Avaliamos que, dessa forma, a distribuição dos alimentos será sempre justa e igualitária para as pessoas mais necessitadas”, destaca.
Gustavo também enfatiza que a solidariedade dos locatários que fazem parte do Centro de Abastecimento é fundamental para o funcionamento do banco. “Sem a doação de mercadorias que sustentam cada um dos negócios do CEASP, não seríamos capazes de levar adiante nosso projeto socioambiental de contribuir para minimizar a fome e o desperdício de alimentos que ainda podem ser consumidos”, ressalta Scarambone.
Márcio Piratello, responsável pela implementação e gestão do banco de alimentos, destaca que, além de cumprir seu papel de combater a fome e o desperdício, essa iniciativa social também promove a sustentabilidade e a proteção ao meio ambiente. “É muito gratificante ver que o que antes ia para aterros sanitários agora vai para muitos lares, com dignidade e responsabilidade. Estamos em uma era em que é inaceitável desperdiçar alimentos quando tantas pessoas estão passando fome. Tudo pode e será aproveitado”, enfatiza.